terça-feira, 22 de setembro de 2009

Teoria Dow

Teoria Dow

Acredita-se que Charles Dow foi o primeiro a fazer um verdadeiro esforço para expressar a tendência geral do mercado de ações em termos de uma média de preços de um grupo representativo de ações.

Charles Dow fundou em 1882, com Edward Jones, a Dow Jones & Company. Eles publicaram o primeiro indice do mercado de ações em julho de 1884, que era composto por 11 ações: nove empresas do setor ferroviário e duas industriais, pois acreditavam que esse conjunto de ações fornecia uma boa indicação do andamento da economia do país.

Charles Dow publicou uma série de artigos no The Wall Street Journal, do qual era editor, onde expressava suas idéias sobre o comportamento do mercado. Em 1903, um ano após sua morte, Samuel Nelson compilou os artigos publicados no livro The ABC of stock speculation.

Em 1922, William Peter Hamilton, sucesso de Dow no jornal e publicou o livro The stock market barometer. Esses livros originaram a análise técnica.
A teoria Dow é composta por princípios básicos, que buscam explicar o comportamento dos preços e a sua tendência nos padrões históricos de movimentações.

Os movimentos dos preços tem três tendências:

Charles Dow dividiu as tendências em três categorias: a primária ou maior, a secundária ou menor e a terciária.

A tendência primária é um movimento longo dos preços, podendo ser de alta ou de baixa. A tendência primária dura de um a dois anos e indica a direção principal do mercado.

A tendência secundária dura de três semanas a alguns meses e pode corrigir até dois terços da tendência primária, da qual ela faz parte.
A tendência terciária, de curto prazo faz parte da tendência secundária, durando algumas semanas. Elas se comportam da mesma forma que a tendência secundaria em relação a primária.

A tendência primária tem três fases:

Tendência primária de Alta

A primeira fase da tendência primária de alta é denominada fase de acumulação. Nesta fase a maioria tem opinião contrária (pessimismo x otimismo) e apenas uma minoria começa a se posicionar. Nesta fase o dinheiro "inteligente" começa a entrar lentamente no mercado, sem causar alarde, acumulando ações a um preço muito baixo. Em 1974, Warren Buffet disse que aquela era a hora de comprar ações e ficar rico. Diziam que ele era louco, as ações formaram um ultimo fundo e progressivamente começaram a subir, mas poucos acreditaram que a tendência de baixa realmente tinha passado.

A fase seguinte é denominada de fase de alta sensível e é a mais longa, sua principal característica é o grande avanço dos preços. Segundo Dow está é a fase que o investidor deve entrar no mercado, pois a entrada pode ser confirmada tecnicamente.

A última fase da tendência primária de alta é denominada de fase da euforia e se caracteriza por um número enorme de investidores no mercado, muita especulação e preços inflados, bolha especulativa. É hora em que os profissionais começam a desfazer lentamente das suas posições, realizando lucros. Uma característica desta fase é a popularização súbita do mercado, vale a pena citar uma das passagens do livro Axiomas de Zurique de Max Gunter, Editora Record. Se o engraxate estiver opinando sobre o mercado, venda!

Tendência primária de Baixa:

A primária fase da tendência primária de baixa é denominada fase de distribuição e se caracteriza por uma queda no volume negociado, que sinaliza ao “dinheiro esperto” que está na hora de sair. As noticias ainda são positivas e o grande público ainda acredita na tendência de alta, no entanto, o movimento não consegue ultrapassar o último topo e forma um pivô de baixa, confirmando a reversão da tendência.

Na fase seguinte, baixa sensível, a tendência pode ser confirmada tecnicamente, e o “dinheiro esperto” sai como um louco, efeito manada, o movimento é longo, as notícias péssimas e o mercado despenca de uma vez.

A terceira fase, pânico ou desespero, as notícias são ainda piores e os amadores desfazem da posição a qualquer preço, atingindo novos fundos. O mercado continuará a cair até que os preços estejam precificados nas ações. É nesta hora que os profissionais começam a comprar e montar novas posições, antes do novo movimento de alta.

O volume confirma a tendência

A tendência, para ser sólida, precisa da participação de um número crescente de investidores, pois assim ganhará força e continuará sua trajetória.

Na tendência de baixa espera-se que o volume aumente com a desvalorização dos ativos e diminua nas reações de valorização.

Uma tendência é válida até ser revertida

O que determina o final de uma tendência? O que determina são os pivôs de alta e de baixa, ou seja, o rompimento da linha de suporte ou resistência que a suporta a tendência.

Durante o percurso do movimento de uma tendência acontecem correções em virtude de movimentações temporárias, como realização de lucros, para retornar a sua tendência principal.
Dow recomenda não tentar antecipar o fim da tendência, mas analisar por meio de evidências se ela realmente acabou, mesmo sabendo que isto irá reduzir seu lucro, o seguidor de tendências só entra no mercado após a confirmação da tendência (fase de alta sensível), e só sai quando observar que sinais definitivos demonstram que a tendência acabou.

Tendência tem de ser confirmada por dois índices

O principio se refere a confirmação de uma reversão de tendência ou rompimento de nível de suporte / resistência em dois ativos diferentes, ativos do mesmo setor, por exemplo, um confirmando o outro.
Seu significado é que nenhum sinal válido de mudança de tendência pode ser gerado por apenas um índice. Na época de Dow, havia apenas dois índices, O Dow Jones Ferrovia e o Dow Jones Industrial, assim se o Dow Jones Industrial tivesse rompido um nível de suporte ou resistência sinalizando uma nova tendência, a sinalização só seria valida se o índice ferrovia fizesse movimento idêntico.
Esta técnica pode ser aplicada para ações ON e PN de mesma empresa, caso Petrobras e Vale, por exemplo.
Aqui no Brasil pode ser usados os índices Bovespa e IBX, que são da mesma família, apesar de possuírem um grupo de ações em comum com pesos diferentes.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Custos Operacionais

Custos operacionais:

São todos os custos envolvidos em uma operação de compra ou venda de um ativo.
Os custos são: Corretagem, emolumentos, taxa de custódia e Imposto de Renda, se ocorrer.
Cada corretora pode aplicar um modelo próprio de cobrança dessa corretagem.

Corretagem:

Corretagem é a taxa que sua corretora cobra para realizar operações na Bovespa para você. A corretagem será sempre cobrada por ordem executada e não por ordem enviada.

Há corretoras que cobram taxa de corretagem fixa, variando entre R$ 5,00 a R$ 20,00, por isso é importante escolher bem a corretora, avaliando o custo – beneficio.

Veja um exemplo:
Suponha que você quer vender 500 ações do Martelo Invertido Preferencial, você enviou a ordem para sua corretora e um primeiro comprador levou 100 ações, um segundo comprador levou 300 ações e um terceiro levou 100 ações até terminar seu lote de venda. Como você não alterou seu lote inicial de venda, isso foi considerado apenas uma ordem executada, mesmo tendo mais de um comprador, assim apenas uma taxa foi cobrada. Se no momento em que foi vendido o primeiro lote de ações você fez qualquer alteração, será cobrada uma nova taxa.

Tabela de corretagem: Tabela Padrão

Neste tipo de corretagem, o custo é formado por um valor fixo somado a um valor variável de acordo com o volume total de operações realizadas no mesmo dia.


Valor da Operação Taxa Custo Fixo
Até R$ 135,05 0 % R$ 2,70
De R$ 135,05 até R$ 498,61 2 % R$ 0,00
De R$ 498,61 até R$ 1.514,68 1,5 % R$ 2,49
De R$ 1.514,69 até R$ 3.029,37 1 % R$ 10,06
A partir de R$ 3.029,38 0,5 % R$ 25,21

Exemplo:
Se você comprou R$ 1.571,00 e vendeu R$ 351,00, seu volume total no dia é de R$ 1.922,00. Como esse valor é maior que R$ 1.514,69 e menor que R$ 3.029,37, seu custo de corretagem será de (1922,00 X 1%) + R$ 10,06 = R$ 29,28.

Emolumentos:

São taxas cobradas pela Bovespa e pela CBLC por meio de taxa fixa para cada tipo de operação ou produto. As operações normais tem incidência de 0,035% e as Day Trade, de 0,025%.
A taxa ANA (Aviso de Negociação de Ações) cobrada pela Bovespa, atualmente, é isenta no Brasil.

Taxa de custódia:

É uma taxa cobrada pela CBLC para poder guardar suas ações, Seria o equivalente a um aluguel que a pessoa paga enquanto estiver habitando na casa da CBLC.

Bem, por que se preocupar com os custos?

A importância da escolha da corretora que utilize taxas de corretagem que se adeque ao seu perfil de investidor pode representar um percentual significativo no lucro ou no prejuízo.

Note que você estará gastando mais se fizer uma compra de R$ 200,00 com uma corretagem de taxa fixa do que com uma de taxa padrão.

Algumas corretoras oferecem planos de descontos de acordo com o número de ordens enviadas por mês, vale a pena verificar a melhor opção antes da abertura da conta.

Imposto de Renda (IR):

Sempre que você vende uma ação, dispara para a Receita Federal um aviso informando sobre a operação de venda.

Diferente das outras formas de investimento, em que o IR é debitado direto na fonte e você não precisa preocupar-se em fazer a declaração, nas vendas de ações o IR precisa ser pago pelo Trader.

A declaração do IR das operações de venda de ações segue as seguintes regras:

Somente se aplica sobre operações de venda de ações no mercado a vista superiores a R$ 20 mil do mês corrente;
Somente se recolhe IR com valor superior a R$ 10,00, se menor, soma-se o IR nos meses posteriores;
Sobre os lucros são descontados os custos de corretagem e emolumentos, além dos prejuízos anteriores;
Taxa de 20% sobre o lucro em operações de Day Trade (operações de compra e venda no mesmo dia) sendo 1% na fonte;
Taxa de 15% na venda de ativos no mercado à vista, sendo 0,005% na fonte.
O recolhimento é feito mediante Guia Darf (código 6015)
Deve ser pago até o último dia útil do mês subseqüente ao da apuração.

Exemplo:

Suponha que você efetuou vendas líquidas no mês de setembro de 2009 no valor de R$ 20.550,00 (apenas operações diárias).

O seu lucro operacional foi de R$ 2.500,00. No mês anterior, teve um prejuízo de R$ 100,00, Pagou de corretagem R$ 200,00 , de emolumentos R$ 40,00 e já teve de IR retido R$ 10,00.

Qual será o valor do IR a ser pago até 31 de outubro de 2009?

Como R$ 20.550,00 é maior que R$ 20.000,00 é obrigatório recolher o valor do IR.

R$ 2.500,00 (lucro operacional) – R$ 200,00 (corretagem) – R$ 40,00 (emolumentos) - R$ 100,00 (prejuízo anterior) = R$ 2.160,00 (Lucro Bruto);

Valor a recolher: R$ 2.160,00 x 15% = R$ 324,00 – R$ 10,00 (IR retido na fonte) = R$ 314,00 (valor a ser pago);

Como R$ 314,00 é bem maior que R$ 10,00, terá que ser pago este valor até 31 de outubro de 2009.

domingo, 13 de setembro de 2009

Fluxo das liquidação das Operações

É importante saber como funciona o fluxo de liquidação das operações para evitar problemas de inadimplência ou mesmo utilizar os dias a mais como forma de captação de recursos.

D + 0 – Dia da operação, ou seja, o dia em que você realizou a venda ou a compra do ativo.

D + 1 – Neste dia é realizado a entrega das ações, mas os papéis ficam custodiados na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), isto é feito de forma automática.

D + 2 – É realizado a entrega do dinheiro equivalente à operação.

D + 3 – As ações saem da conta da CBLC do cliente A e passam para a conta do cliente B na CBLC. O dinheiro sai da conta do cliente B e entra na conta da corretora do cliente A, tornando disponível para o cliente A.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Tipos de Ordens

Ordens são instruções dadas por você, investidor, para que a corretora da qual você tem uma conta execute a compra ou a venda de um determinado ativo (ação).

Devemos definir primeiramente:
1- Qual é a ação (código de negociação);
2- Se é uma ordem de compra ou uma ordem de venda;
3- Informar o tamanho da ordem, em quantidade de ação ou em volume financeiro;
4- O tipo de ordem;
5- A validade da ordem; (dia atual, ou até uma data determinada);

Ordem a mercado:
É aquela que determina apenas a quantidade e as características dos ativos, devendo ser executada a partir do momento em que for recebida pela corretora. Veja que neste tipo de ordem você não define o preço de entrada e sim o mercado é que define o valor da operação.

Ordem Limitada:
É aquela a ser executada somente ao preço igual, ou melhor, do que especificado pelo cliente. Neste tipo de ordem quem define os valores é você, investidor. Exemplo: Quero comprar a R$ 35,80 a ação VALE5 (Vale PNA) e vender a ação EMBR3 (Embraer ON) a R$ 26,55.

Ordem Administrada:
É aquela que especifica somente a quantidade e as características dos ativos a serem comprados ou vendidos, ficando a execução a critério da corretora.

Ordem Casada:
É aquela em que a execução está vinculada à execução de outra ordem. Pode ser com ou sem limite de preço. Neste tipo, somente se efetuará a ordem quando as duas operações for possível.

Ordem de financiamento:

É aquela constituída por uma ordem de compra ou de venda de um ativo em um mercado administrado pela Bovespa e outra concomitntemente de venda ou compra do mesmo ativo, no mesmo ou em outro mercado também administrado pela Bovespa.

Existe também um outro de tipo de ordem, aliás, o mais importante tipo de ordem: Ordens de Stop, este tipo merece um post especial apenas para este tipo de ordem.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Lotes: Padrões de quantidade de ações

O lote padrão é a quantidade mínina negociada de um papel no pregão, estes lotes podem ser 1, 10, 100 ou 1.000 ações dependendo do papel. Cada ação utiliza um padrão próprio. A maioria dos pápeis é negociada com um lote padrão de 100 ações.

O Home broker informa a quantidade padrão do lote, referente a cada papel.

Veja um exemplo: a ação da Petrobras Prefencial (PETR4) é negociado com o lote padrão de 100 ações.

É possivel negociar com um número menor de ações, isto é, no mercado fracionário, neste caso deve-se acrescentar a letra F no final do código do ativo, como por exemplo, PETR4F (Petrobras Preferencial negociado no mercado fracionário), porém, este mercado apresenta uma liquidez menor e por consequência um spread maior em seu preço.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pregão e After Market

O pregão é o local em que se reúnem os corretores para realizar as ordens de compra e venda de seus clientes. O pregão ocorre de segunda a sexta-feira das 10 as 17 horas. Nos últimos anos o local físico de negociação tem perdido espaço para o pregão eletrônico, as ordens são enviadas pelas corretoras por meio de sistema informatizado conectado as Bolsas.

As ordens são organizadas pelo sistema eletrônico da bolsa e colocadas no livro de ofertas ordenadas pelo valor e horário da oferta.

O sistema eletrônica proporciona a colocação da ordem e a realização dos negócios de forma clara e justa, sem dar margem a manipulação dos preços.

O After market é o pregão eletrônico que ocorre das 17:45 horas ate as 19:00 horas, possibilitando acesso ao mercado para os pequenos e médios investidores que não podem operar durante o pregão principal.

Existem algumas restrições para se operar no After Market, como: Não é possível operar opções; a oscilação de preço nos negócios não pode ultrapassar 2% para mais ou para menos do valor de fechamento do ativo durante o principal pregão; somente negocia ativos que tiveram negociações no pregão principal; limite máximo de operações de R$ 300 mil por CPF.

sábado, 16 de maio de 2009

Mercado primário e Mercado Secundário

Mercado Primário e Mercado Secundário

O mercado primário é o mercado onde as empresas que desejam abrir seu capital colocam suas ações para serem vendidas pela primeira vez, as empresas recorrem ao mercado para o financiamento dos seus projetos.

O mercado secundário é aquele em que os investidores ou acionistas negociam ações de sua propriedade, ou seja, é o mercado em que é possível comprar e vender ações já emitidas e em circulação no mercado.

Para um melhor entendimento entre mercado primário e secundário podemos comparar ao mercado automobilístico. Quando um comprador compra um carro 0 Km, diretamente da fábrica, ele está comprando no mercado primário, alguns anos depois, você decide vender o carro e a transação é feita no mercado secundário. No mercado primário, os recursos (dinheiro) ficam com a empresa, já no segundo caso, os recursos ficam com o vendedor do automóvel.